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terça-feira, 7 de junho de 2011

RESENHA DO TEXTO DA PSICOPEDAGOGA ALICIA FERNÁNDEZ

Disciplina: Processos Educativos I
Atividade: Resenha relacionando o texto “Aprender é quase tão lindo quanto brincar” com a observação do organismo vivo proposta na semana 1.

O que pode nos ensinar um grão de feijão ou andar de bicicleta?
No capítulo 1 do livro “O Saber em Jogo” a psicopedagoga Alicia Fernández, a partir de um diálogo que escutou entre duas meninas, tece suas considerações sobre o aprender e o ensinar, introduzindo seu texto com uma das frases escutadas: ‘aprender é quase tão lindo quanto brincar’.  Para a autora,  aprender é ao mesmo tempo construir  conhecimentos e construir-se como sujeito pensante. Não é uma tarefa meramente cognitiva e sim, carregada de subjetividade, envolve a vontade, o desejo, que são seus motores  e resulta em satisfação que é o prazer da autoria.
Somos todos ensinantes e aprendentes e nesse processo vamos nos construindo como sujeitos de nossa história. É por este motivo que a experiência, aparentemente simples, de observar o desenvolvimento de um grão de feijão colocado em um recipiente sobre um chumaço de algodão, pode ter vários significados. Nesse pequeno espaço lúdico, movidos  pelo desejo de acompanharmos o que acontece a essa semente na presença de água e luz, o mundo vai se desvelando. E para cada aprendente o feijão pode trazer uma lição diferenciada. Este objeto-ensinante, no seu germinar, mostra muito mais do que suas raízes, cotilédones e folhas, mostra a vida desabrochando.
Enquanto sujeitos pensantes nesse experimento, estabelecemos o método, nos apropriamos dos conhecimentos biológicos e montamos este espaço de aprendizagem.  A observação do  (des)envolvimento  do feijão e as conclusões a  que posteriormente chegamos nos colocam também na condição de aprendentes.  Registramos as informações, o conhecimento, desse ser vivo que, assim como nós, nasce-germina e se desenvolve nas interações que estabelece com o meio.
A pesquisa como instrumento para situar o conhecimento a partir do qual se fará a investigação e a observação como ferramenta para ampliar esse conhecimento são os componentes dessa aventura. Mostram que não é difícil criar espaços lúdicos em sala de aula. Difícil talvez seja aproveitá-los adequadamente, nos colocando na condição de ensinantes/aprendentes, como propõe Alicia Fernàndez .
A cada aprendente o feijão pode conferir uma autoria pois sempre aprendemos algo com nossas vivências. A observação da germinação  do feijão, por analogia, nos remete ao desenvolvimento da vida e, consequentemente, ao nosso próprio desenvolvimento. Nós também precisamos suprir nossas necessidades básicas e somos moldados e moldamos o meio no qual estamos inseridos.
Assim como o feijão germinou na presença de luz e água, com as ferramentas e métodos adequados, nossos alunos serão exitosos no processo de aprendizagem. O trabalho realizado pelo professor  precisa estar fundado em princípios éticos que levem em consideração a subjetividade do seu aprendente e o respeito a sua historicidade e ao saber que adquiriu nas suas interações com o meio. Neste sentido não deve ocupar-se somente com a transmissão do conhecimento, como se seus alunos fossem meras esponjas prontas a absorvê-los. Antes, deve provocar em seus alunos o desejo, a vontade de aprender , envolvendo-os e se envolvendo no processo de aprendizagem. A ética, assim como a estética e o pensamento devem ser valorizados, uma vez que, como afirma Alicia, a inteligência se constrói em um espaço relacional e estes atributos permeiam os vínculos necessários à aprendizagem.
Assim como a autora construiu sua argumentação a partir de um diálogo no qual uma das interlocutoras falava sobre como aprendeu a andar de bicicleta, observar o desenvolvimento de um feijão também poderá trazer significações diversas. O professor ensinante/aprendente deve desenvolver sua capacidade de observar e estar atento aos movimentos que se processam e interferem no universo da sala de aula e das pequenas coisas extrair grandes ensinamentos.  Brincando de germinar um feijão aprendemos a observar o desenvolvimento da vida, inclusive, daquela que existe em nós. Para ensinar deverá também alimentar o seu próprio desejo de aprender e construir um vínculo afetivo com seus alunos, servindo como andaime nessa interação para que eles cresçam em conhecimento e estejam aptos a caminhar sozinhos.
Referência:
FERNÁNDEZ. Alicia. Aprender é quase tão lindo quanto brincar. Capítulo 1 do livro O saber em jogo: a psicopedagogia propiciando autorias de pensamento. Trad. Neusa Kern Hickel, Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.

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